23/02/2008

A PELE






Alguém já tinha ouvido falar em DIANE ARBUS ?

Acho que sim, mas eu não, até assistir ao filme A PELE (filme de 2006).

Título original : Fur: An Imaginary Portrait of Diane Arbus



Busquei saber um pouco sobre Diane Arbus

Nasceu em Nova Iorque em 1923, pertencia a uma família da alta burguesia e fazia fotografias de moda; nas décadas de cinquenta e sessenta munida de uma Rolleiflex, mudou os rumos da fotografia ao buscar nas pessoas comuns das ruas de Nova York os seus modelos. Arbus optou por fazer de sua arte fotos despojadas de qualquer "glamour". Os retratos são sempre em preto e branco. Percebe-se que seus modelos posam estáticos para ela, o olhar fixo na câmera.


O que vê-se são pessoas cruamente expostas em sua precária condição humana, fortemente marcadas por um traço, ou vários, que as insere num grupo específico, uma comunidade ou o que hoje modernamente chamamos de uma “tribo”: imigrantes, travestis, velhos, nudistas, mascarados, atores, “freeks”, etc.

Diane marcou uma época, transformou suas inquietações em fotos. Adorava os "freeks" que em suas palavras sentia admiração e vergonha. Em 1963 ganhou uma bolsa de estudos da Fundação Guggenheim e no ano seguinte teve sua primeira exposição no Museu de Arte Moderna. Depois ela se dedica a ensinar fotografia na Parsons School of Design em Nova York e no Hampshire College em Amherst, Massachusetts. Nos retratos “untitled” vê-se todo tipo de tragédia humana que nos chocam enquanto seduzem o mórbido que habita em cada ser humano. O trabalho de Arbus reflete uma alma atormentada. Em Julho de 1971, Arbus se suicida, tomando barbitúricos e cortando os pulsos.

Sinopse

Semelhante a uma fotografia atual de Diane Arbus, que nos leva por mundos estranhos e desconhecidos, A PELE explora a transformação de uma mulher tímida numa das mais poderosas e originais artistas mundiais. Nicole Kidman interpreta o papel de Arbus, uma esposa fiel e uma mãe devota cujo talento inato e obsessões sombrias estão profundamente em conflito com a vida convencional que leva em 1958, em Nova Iorque. Robert Downey Jr. interpreta o papel de Lionel, o novo e enigmático vizinho, com uma estranha doença que lhe deixa o corpo coberto de pelos e que a ajuda no início do seu percurso em se tornar na artista que ela estava destinada a ser. Lionel exerce um estranho fascínio e leva Arbus a conhecer um mundo bem diferente do que ela conhece.
No filme
Na minha opinião, um bom filme que vale à pena ser visto. O diretor Steven Shainberg em sua própria viagem surreal, utiliza aspectos da vida real e constrói uma estória imaginária de Diane Arbus, com a intenção de homenagear uma mulher fora de seu tempo.
Este filme não é biográfico, mas sim algo diferente, único e misterioso que combina aspectos reais da vida de Arbus com personagens inventados e uma narrativa imaginária.
É um filme lento no desenrolar da estória, mas muito bonito na minha visão, brilhantemente representado por Nicole Kidman e Robert Downey, esta é uma história sobre a auto-descoberta artística e uma aventura num mundo de fantasia que é igualmente emocionante, assustador e principalmente tocante, que consegue alternar momentos de melancolia, monotonia com outros de arrebatamento absoluto.
É um filme que pode ter algumas interpretações diferentes, dependendo do ângulo que se analisa. Procurei ao longo do filme apenas ver o lado das indagações de Diane, sem julgamentos aos outros personagens. Em certos momentos me lembrei da Bela e a Fera.

Um filme que realmente me tocou !!


Depois que vi o filme busquei informações sobre esta mulher que me despertou tanta curiosidade, pude ver alguns trabalhos dela e sem dúvida alguma as fotografias dela mexe no íntimo de quem as observa.