19/03/2008

FILMES E PSICANÁLISE...contin...

Dois excelentes filmes, que retratam uma realidade da qual sabemos, mas não conhecemos de verdade, que é a velhice e os problemas decorrentes do tipo mal de "Alzheimer", "Senilidade" ou a "Demência com corpo de Lewy".
Estes dois filmes tem como pano de fundo um tipo de doença desta natureza, que pode ser confundida com uma destas que citei. Mas meu foco não é discutir a problemática da doença em si, mas comentar sobre os filmes, que realmente são excelentes, que tratam do assunto com delicadeza, respeito e principalmente mostra que a dedicação e o amor fazem tudo ficar um pouco melhor na vida das pessoas que são acometidas por tais problemas.

IRIS
Este filme conta a história da escritora Iris Murdoch, uma das mais extraordinárias mulheres de sua época, célebre escritora e filósofa irlandesa. Seja em seus dias como professora em Oxford, na década de 50 onde impressionou todos à sua volta com seu espírito libertino, ou em sua carreira como filósofa e romancista. Íris sempre mostrou ser uma mulher à frente de seu tempo. Conhecida e admirada por seu intenso amor à vida, sentimento que transmitia com clareza através de sua obra, esta admirável mulher reagiu heroicamente ao se descobrir acometida pelo Mal de Alzheimer e lutou intensamente contra a doença por 4 décadas. Mas, ao longo destes 40 anos, houve um homem que esteve ao seu lado em cada um de seus passos, alguém que compreendia e admirava seu espírito revolucionário: seu marido John Bailey. Ele foi sua verdadeira alma gêmea, alguém que a amou na alegria e na tristeza, na saúde e na doença até o último de seus dias.

No Elenco, Kate Winslet, faz a jovem Iris Murdoch, Hugh Bonneville, como John Bayley jovem, Judi Dench faz Iris Murdoch, já mais velha; Jim Broadbent como John Bayley marido mais velho. A história oscila entre a juventude rebelde da escritora e sua velhice. Um filme tocante que mostra como uma pessoa, pela doença, pode ir se acabando sem nem ao menos se dar conta disso. É um filme de qualidade com um roteiro bastante poético.

DIÁRIO DE UMA PAIXÃO

Baseado no best-seller de Nicholas Sparks, este filme mostra que por de trás de um grande amor, existe sempre uma grande história.

Em jovens, Allie (Rachel McAdams) e Noah (Ryan Gosling), apaixonam-se profundamente durante um verão repleto de emoção e liberdade. O jovem casal rapidamente é separado pelos pais de Alice que insistem que Noah não pertence ao seu mundo. Vários anos mais tarde, eles encontram-se novamente e o amor que sentem inflama-se de novo, forçando Allie a escolher entre o amor e a sua classe social. Terá o amor força suficiente para vencer? Décadas mais tarde, um homem (James Garner) lê um caderno de recordações para uma ela (a sempre brilhante Gena Rowlands, de Corações Apaixonados), no qual está escrita a história de Allie e Noah.
Ela sofre do mal de Alzheimer e, por isso, a história lhe parece sempre nova. Gena Rowlands, mãe do diretor na vida real, coube o papel mais complexo da fita, que ela enfrenta com competência e humanidade. As cenas no passado têm encanto especial. Diário de uma Paixão é um daqueles filmes à moda antiga que tem tudo para agradar aos mais sensíveis e românticos.