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15/09/2009
O Livro de Cabeceira...final
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02/07/2009
O Livro de Cabeceira...cont
Escroto
DÉCIMO-PRIMEIRO
DÉCIMO-SEGUNDO
Costas
Os olhos estão semi-serrados, eles piscam
Qual será o final de todas essas esperanças e desejos ?
Aqui vem o final
O Editor lê o texto, no corpo do lutador de sumô, espantado e este lhe corta o pescoço com a sua autorização.
às 7/02/2009 08:18:00 PM 0 comentários
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28/06/2009
O Livro de Cabeceira - Poesia ...cont
Segue, a continuação do "Post" anterior, as Poesias do Livro-corpo :
O próximo livro é em dourado e vermelho, o qual foi escrito num americano gordo. O mesmo acabou sendo nocauteado por uma das assistentes do editor, pois se encontrava em tamanha excitação, o que não permitiria a cópia do livro.
QUINTO LIVRO
(Escrito em um caucasiano obeso)
O LIVRO DO EXIBICIONISTA
Peito
Um volume espalhafatoso, grosso e rubicundo
Páginas demais empanturradas dentro
De capas carnudas
Um volume acima do peso
Ele está seboso com o esforço dispendido
Abdômen
Cada palavra é bombeada com consoante colesterol
Ele é cheio de gordas palavras
O creme das páginas com a gordura subcutânea
Novas letras são associadas como dentes berrantes
Fazendo a compreensão constipada
E exorbitantemente blindada
Este livro precisa perder peso
Se deixá-lo cair, cuidado com os pés
Pois é um quebrador de dedos
Seu próprio peso poderia esmagar sua espinha
Costas
As páginas foram perfumadas com liberalidade
Mas o aroma empalideceu e caducou
As páginas cheiram a cola azeda
Ou a mau hálito de um mentiroso
Determinado a gastar tempo sorrindo
Mascando goma pegajosa
Todo gosto doce e nenhuma substância que perdure
Todo brilho e gases
Nádegas
Este livro é vistoso como uma couve-flor dourada
Mas que cheira tão mau depois
De mergulhada na água quente
Como chocolate quente adoçado com açúcar de beterraba
Incompatíveis misturadas de forma incongruente
Para propósito algum
Braços parte Superior
O capítulo "Um" promete excesso
Capítulo "Doze" prova a promessa precisa
Verdadeiramente fatigante
Pernas Parte Superior
De um leitor se requer
Suar seu caminho à compressão
Evitando as crateras da hipérbole que lanham suas páginas
Todo adjetivo está sublinhado
Pois incapaz de parar quieto na página
Incapaz de ser um igual a seu vizinho
Pernas parte Inferior
Seu humor é pesado e vulgar
Cheio de expletivos comandando você
A apreciar sua sagacidade
Nagiko, após a morte de seu amado, escreve-lhe no corpo morto. E este livro se tornará o "pillow-book", que ficará dentro do travesseiro de madeira do Editor.
SEXTO LIVRO
(escrito em Jérôme, morto, transformado no Livro de Cabeceira)
O LIVRO DO AMANTE
Pescoço
Este é um livro e um corpo
Que é tão tépido ao toque
Meu toque
Peito
Eu pressionei este livro em meus olhos
Na minha testa, nas minhas bochechas
Eu mantive este livro aberto sobre minha barriga
Eu me sentei sorrindo sobre este livro
Até que minha carne se amalgamou nas suas capas
Eu me sentei gargalhando neste livro até que umedeci
Suas capas com meu corpo
Eu envolvi este livro nas minhas pernas
Eu me ajoelhei sobre este livro até meus joelhos sagrarem
Abdômen e Coxas
Este livro e eu nos tornamos indivisíveis
Eu coloquei meus pés nas últimas páginas deste livro
Confiante em estar tão mais alto no mundo
Como eu nunca estive antes
Possa eu manter este livro para sempre
Possa este livro e este corpo sobreviver ao meu amor
Possa este corpo e este livro me amar tanto quanto
Eu amo sua extensão, sua gramatura, sua solidez, seu texto
Sua pele, suas letras, sua pontuação, suas quietas e
Suas ruidosas páginas
Suas delícias sôfregas
Livro, corpo – EU AMO VOCÊ
Costas
Ele respira gentilmente na sua primeira página
Ele respira mais fundo conforme as páginas viram
Quando o ritmo de leitura é obtido
As palavras ganham uma velocidade urrada
E as páginas correm
Eu corri com essas páginas
Ao seu final há um suspiro e o livro
Fecha-se em contentamento
O leitor, de bom grado, começa de novo
Nádegas
Corpo e livro estão abertos
Face e página
Corpo e página
Sangue e tinta
Ponta dos dedos, debrum do rebordo
A superfície do limite de cada página é tão macia
As marcas d'água são como veias fluídas
As páginas são tão harmoniosas na sua proporção
Que desarmonia em seu conteúdo é impossível
O Editor exuma o corpo de Jérôme, que retira sua pele para transformá-la num livro ( no Livro de Cabeceira) para sua absorção sensual. Nagiko, sabendo disto, negocia com o Editor a troca do Livro de Cabeceira pela série completa dos livros que foram agendados. O Editor aceita a troca.
O Sétimo livro tem seu início com a frase usada por seu pai em seu rosto. Mas o mensageiro é tomado por uma forte chuva. O Editor fica enraivecido por que o texto foi danificado. Mas o mensageiro diz a ele que ainda há o corpo para ser usufruído.
SÉTIMO LIVRO
(escrito no mensageiro)
O LIVRO DA JUVENTUDE
Rosto
Se Deus aprovou a criação de sua criatura
Ele soprou o modelo de argila pintado
Na vida assinando Seu nome
Ombros e Pescoço
Onde está um livro antes de nascer?
Um livro cresce como uma arvora?
Peito
Quem são os pais do livro?
Tórax
Um livro precisa dois pais – uma mãe e um pai?
Pode um livro nascer dentro de outro livro?
E onde está o livro dos pais dos livros?
Abdômen
Quão velho um livro tem quer ser antes que possa parir outro?
Livros jovens choram e gritam se não são lidos ou alimentados?
Eles passam por palavras em incontinente abandono?
Eles forçam qualquer sentença causalmente encontrada
Nas suas bocas?
Costas
Este livro passou o primeiro ímpeto da juventude
É um livro que está na puberdade
Ele é hesitante e do ponto de vista vantajoso
Do leitor maduro, ele é tanto uma triste quanto
Divertida lembrança da parte que não é
Sempre atrativa o suficiente para ser revisitada
Nádegas
A capa está se tornando enrugada tal qual
A madeira numa arvora jovem endurece
Suas páginas são flexíveis e sabem um pouco de sal
O próximo livro é aquele que foi escrito no corpo de um mensageiro, que foi fotografado pelo Editor com uma câmera Polaroid.
OITAVO LIVRO
O LIVRO DO SEDUTOR
Cabeça e rosto
Se você não for sua vítima, este livro e corpo
Distrairá você com a sua arrogância
Ele poderá te fazer rir
Pescoço
Porque você não foi sua vítima, você não pode sentir
A dor da traição
Costas
Este livro começa bem
Tudo é claro e positivo
Você se sente confiante
Você sobe para morder a isca, fresca e atraente
Que diz que você está fresco e atraente também
Ele seduz sendo um espelho a todas suas vaidades
Você nunca pensou que tal fólio poderia ser tão inteligente
Para tal esperteza
Costas Inferior
A mudança de frase é elegante
Não há dúvida que você se impressionou
A correção de seu caráter é um artifício esperto
Peito e Abdômen
Este é um bem lavado corpo de um livro
Ele se assenta direito na sua mesa
Na qual é a sua abertura insuspeita
Ele pressiona próximo a seu peito que esconde
Um insuspeito coração
E logo suas promessas precisam ser atendidas
Senão o suspense poderia se tornar assustador
E se estender demais – você fareja um rato
Um elefante ou um rato, um rato como um
Elefante, que esta ao mesmo tempo em chama e se afogando
Muito tarde
Muito tarde para recuar
Seu coração está aberto. O livro pegou você
Seu corpo está bem aberto
Este rato feito livro invadiu sua privacidade
Preocupado em sentir suas entranhas por cada passagem privada
Baixo Abdômen
Você se dobra e se agita ao golpe
Com o maior embaraço
E tenta se recompor, pensando ainda
"Como pude ser tão facilmente golpeado?"
Nádegas e Perna
Feche o livro num ímpeto
Muito tarde
Ele enfiou seu pé sujo deteriorado na sua boca
Suas garras o agarraram
Você estará grávido e se sentindo culpado
Por sua prole sem palavras
às 6/28/2009 03:49:00 PM 0 comentários
Marcadores: O Livro de Cabeceira, Peter Greenaway, The Pillow Book
18/06/2009
O LIVRO DE CABECEIRA - POESIA
Como havia proposto segue os Poemas, os quais Jérôme sugeriu como um plano, o qual Nagiko propõe ao Editor como "A AGENDA", (pertencerá a uma série de 13 livros tendo como tema "O AMANTE").
O Livrocorpo (Irei colocar nesta parte os primeiros 4 Livros, e assim sucessivamente nos próximos "Posts")
PRIMEIRO LIVRO (escrito no corpo de Jerome)
A AGENDA
No Pescoço
Eu quero descrever o Corpo como um Livro
Um Livro como um Corpo
E este Corpo e este Livro
Será o primeiro volume
De treze Volumes.
No Tórax
A primeira grandeza do livro esta no torso
Sede dos pulmões
Que sopra o vento que seca a tinta
Sede do coração
Que bomba a tinta
Que é sempre vermelha
Antes que seja negra
O coração e dois pulmões são mantidos retos
Perto, mas não se delimitando
Protegidos pela cobertura da caixa torácica
Cobertos por enegrecidos títulos de papel como marca d'água
O sopro da inspiração corre entre eles
Desenhados do ar por sua influência conjunta.
Da Nuca ao Cóccix
Nenhuma função do livrocorpo é singular
Se um serviço múltiplo puder ser realizado
Assim o ar da inspiração
Divide a mesma passagem
Com sais, palavras,
Sentenças, adoçantes, parágrafos
Todos desmoronam em agitação nas páginas ruminantes
Para jazer em fileiras seriadas como hastes de arroz
Num campo, ou os pontos da costura num tatami
Pacientemente aguardando a irrigação
Por água ou visão
Mesma que em mim anos não surja um leitor.
Na Barriga
A segunda grandeza do livro está na barriga
Fábrica para a mistura dos materiais
Um laboratório de seleção e fiação
Retendo e relembrando
Uma editora em fluxo contínuo
Estampada com o corte dentado do umbigo
Raramente ocioso, nunca parado
Dividindo o espaço com preparações
Para o futuro com a ironia da economia
Futuro e passado partilhando a mesma rodovia
Livrocorpo sempre mostrando, na sua história, evoluções.
No Pênis e Escroto
Eu sou a muito necessária
Cauda.
O pedaço-rabo
O sempre reprodutor
Epílogo
O derradeiro parágrafo pendente
Esta é a razão
Para que o próximo livro
Brote.
Jérôme não retorna do seu encontro com o Editor, Nagiko enciumada vai atrás e descobre os dois deitando-se como amantes. Enraivecida, ela procura outros em quem escrever. Assim, da sua procura, surgem dois irmãos suecos nos quais ela escreve: "O LIVRO DO INOCENTE" e o "LIVRO DO IDIOTA".
SEGUNDO LIVRO
O LIVRO DO INOCENTE
No Peito
Este é um livro inocente – não usado e não lido
Um inocente com trezentas páginas branco-leite
E sem ilustrações
Na Barriga
As páginas estão ainda empoeiradas
Com um pó branco do fabricante
As páginas sabem doces – como leite aguardando a
Ferroada da pena
A tinta suja
E os intrometidos invadir os
Intrincados espaços do corpo virgem
Nas Costas
A lombada é tensa – costurada firme
Esperando dobras e quebras
Nas Nádegas
As páginas quedam lisas e frescas – os músculos
Macios das páginas
Nenhuma carne desnecessária
Foi encorajada a se exceder pelo tatear casual
O polegar úmido do leitor expectante ainda não marcou os tecidos
Delicados deste magro limpo sorridente volume
Separe-me
E abra-me à força
Para o prazer
TERCEIROLIVRO
O LIVRO DO IDIOTA
Garganta e Tórax Superior
Esta é uma caixa triste de um livro cheio de palavras
Mas com pouco significado
Ele soa oco quando se ausculta para entende-lo
Pois vago, vazio, e de olhos esbugalhados numa página
Ele fala algaravia e alto sem sentido no texto
Seus pulmões são ruidosos enquanto ele está silente
Ele é silente quando sopra e arqueja para fazer o maior barulho
Barriga
Talvez deveria haver paciência e pathos
Resevadas para este idiota congênito
Babando, chupando seu dedo
Digerindo seus pensamentos
Coçando sua cabeça e sua barriga
Procurando por pulgas entre as páginas de suas pernas
Mas tal simpatia e paciência são aqui desperdiçadas
Quadril e Braços
Ou talvez deva haver cuidado
E admiração secreta pelo livro-idiota
Que tem licença para falar a verdade através do humor
Um tolo pode, com proveito, esvaziar a presunção
Mas essa admiração é aqui desperdiçada
Costa Superior
Este livro não possui a virtude da ironia
Nem merece simpatia devida aos realmente loucos
Entre ruído alto e o silêncio não há nada de substancial.
Costas Inferior
Como você lê um tal livro?
Talvez você não leia ou não consiga
Talvez melhor – ele possa ser reutilizado, reescrito
Nádegas
Talvez deveríamos virar as costas a ele
Poderemos encontrar espaço
Entre sua maior prega de arrogância flatulenta
Para outro livro
Deveríamos retoma-lo para uma outra tentativa
Para que não seja largado e perdido
Esquecido em alguma prateleira baixa
Mantido como papel usado na privada
O livro seguinte, escrito num acadêmico cantonês idoso, que depois corre pelas ruas para escapar do atelier do Editor.
QUARTO LIVRO
O LIVRO DO IMPOTENTE
Peito
Este é um livro exausto devido a muita leitura?
Ou muita pouca leitura?
Tórax e Barriga
Dos cabelos da cabeça ao fim das unhas dos pés – as páginas
Estão marcadas com as nódoas do uso
Ou mal-uso
As palavras seriam mais bem lidas
Fora da página
As palavras ainda significam?
Costas
Há ainda um espaço
Entre os capítulos
Ou todos os assuntos embaraçaram-se?
Neste livro o índex de citações
É mais longo que o próprio livro
Essa vida tem muitas notas de rodapé
No todo, não passa de um pé chato
Sua alma mergulhada fundo
Em bolhas calosas e grãos
Nádegas e Posterior da Coxa
O maior ímpeto de vida deste livro
É muito freqüentemente bloqueado pela qualificação
Ele é limitado pelos seus "ses" e "mas"
E "ses" somente
E "entretantos"
Desculpas para uma vida que está preste a fechar
Suas capas pelo último momento
E, então, amarrotar-se na poeira
De uma não-vista
E "para-ser-lembrada-nunca" biblioteca
às 6/18/2009 07:35:00 PM 0 comentários
Marcadores: Peter Greenaway, Poesias, The Pillow Book
12/06/2009
The Pillow Book - O Livro de Cabeceira
Peter Greenaway – 1996
Falar sobre este filme de Greenaway é bastante difícil, por se tratar de um dos de Greenaway, que tem uma riqueza extrema. Eu acredito que não daria pra fazê-lo assim de uma só vez. Primeiro, por ser de uma temática complexa, envolvendo referências filosóficas, literárias, pictóricas e com tantas leituras psicanalíticas. Segundo, porque existem as Poesias, escritas no corpo, e que eu gostaria de colocá-las aqui em separado, porque quando as li, fora do contexto do filme, senti a grandeza real deste cineasta e do sentido que deu à obra. Estas Poesias foram escritas por ele para serem caligrafadas em 13 livros sobre a superfície de 13 Corpos diferentes (se você não viu o filme, mais adiante poderá entender o que estou dizendo agora). Como a escrita dos corpos não pode ser lida em detalhe no próprio filme, e da impossibilidade dos espectadores ocidentais na tradução da língua japonesa, achei de suma importância colocá-los em separado para um entendimento da importância da proposta desta formidável obra.
N.B.: Este não é um filme japonês, mas sim uma expressão de um ocidental através das referências orientais.
O filme é falado e escrito em 3 idiomas principais : inglês, japonês (kanji, hiragana, katakana) e cantonês. Há também o francês (com bastante destaque à música). Há também o mandarim, holandês, latim, ídiche, italiano, alemão e vietnamita.
Greenaway tem sua formação inicial como Pintor, daí percebi as várias referências de pintores que teriam inspirado cenas : Gauguin, Degas, Lautrec e outros.
Parte 1 : Estória do filme
É a estória de uma jovem mulher japonesa com início na infância, transcorrendo a ação durante as 3 últimas décadas do século XX. Chama-se Nagiko Kiohara. Nos seus aniversários de menina realizava-se 2 rituais. O seu pai (escritor e calígrafo), escreve um texto em seu rosto e nuca com tinta colorida um texto, que se chama o Livro da Juventude e sua tia lê para ela um clássico da literatura japonesa "O Livro de Cabeceira de Sei Shonagon (Makura no Soshi)1.
O prenome de Nagiko é o mesmo da escritora que viveu quase mil anos antes e por isto sua tia lhe dá a idéia de escrever um diário no mesmo estilo. Seu pai é escritor e calígrafo, escreve histórias infantis, as quais se resolvem mistérios por meio da matemática. Mas para publicar seus trabalhos, ele se submete às humilhações de um editor, pois precisa sustentar sua família. Nagiko, aos 4 anos de idade vê pela primeira vez seu pai sendo sodomizado pelo editor. Ato este, que se repete a cada aniversário seu como uma sombra aos rituais familiares.
Quando Nagiko completa seus 18 anos, e decide começar escrever seu diário, seu pai deixa de pintar-lhe o rosto e é convencida a casar-se com o sobrinho do editor, um arqueiro fanático. Ela tem seu casamento com ele, com grande pompa. Mas ele recusa-se a reproduzir o gesto paterno de escrever-lhe a frase no rosto em seu aniversário e posteriormente a ridiculariza por suas ambições literárias. Ela dedica-se a seu diário, numa obsessiva identificação com Sei Shonogan. Quando o conflito entre ambos se exacerba, ele queima seu diário em meio a exibições como arqueiro, atirando flechas no alvo. Ela, em resposta, incendeia a casa e foge para Hong Kong, lugar onde passa a trabalhar em funções humildes antes de se tornar uma estilista de moda.
Sozinha, ela constata que não seria possível escrever em si mesma. Passa a procurar escritores e calígrafos para escreverem sobre seu corpo os mais variados ideogramas, pagamento seus serviços com sexo. Numa ocasião, com o corpo todo coberto de ideogramas, se deixa fotografar por um profissional que se apaixona por ela, sem reciprocidade. Em sua contínua busca, encontra Jerome, num café. Ele é poliglota, escritor e tradutor inglês, que na verdade acaba por quebrar o padrão, sugerindo que ela fizesse a escrita. Ela deveria tornar-se o pincel, não mais o papel. Nagiko recusa-se a princípio, mas logo fica tentada a experimentar escrever em seu próprio corpo.
Posteriormente, em sua casa, na banheira, meditativa, escreve no espelho embaçado: "Trate-me como a página de um livro". E pensa: "Agora serei também o pincel e não mais só o papel".
Porém, seus brios permanecem e ela não desiste. Resta-lhe então seduzir o amante do editor. Jerome aceita e dispõe-se a servir como mensageiro dela, levando para o editor o texto em seu corpo que Nagiko escrevera. O editor fica encantado com o corpo de Jerome e com o texto de Nagiko. Manda seus servidores copiarem o texto e em seguida vai para a cama com Jérôme.
Jérome não volta para Nagiko e esta sente ciúmes, o que a leva procurar outros homens para escrever em seus corpos e mandar ao editor. Fez assim 5 novos livros-corpos, o que provoca ciúmes de Jérôme. Ele por sua vez, foi se aconselhar com o fotógrafo Hoki, que sugere forjar um suicídio como em Romeu e Julieta. Para tanto, dá a Jérôme comprimidos a serem ingeridos.
Não dá para saber se foi ciúmes ou por acidente, o fotógrafo provoca seu envenenamento.
1 - Sei Shonogan (c.967 – c.1017) – dama de companhia da imperatriz Sadako. 'Sei' é o seu nome de família e 'Shonagon' significa pequeno conselheiro. Autora do Pillow Book (Makura no Soshi), considerada ma das maiores obras da história da literatura japonesa. Alguns excertos da obra, encontram-se no filme :
#29 – Coisas Elegantes
às 6/12/2009 08:27:00 PM 0 comentários
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